Radio AD7


Encontro de Surdos
em Breve

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Nazireu

Separado, consagrado. Não se deve confundir nazireu com nazareno. Nazireu era aquela pessoa, de um ou de outro sexo, que na lei de Moisés se obrigava por voto a abster-se de vinho e de todas as bebidas alcoólicas, a deixar crescer o cabelo, a não entrar em qualquer casa, em que houvesse gente morta, e a não assistir a qualquer funeral. Se, acidentalmente, alguém morresse na presença de um nazireu, recomeçava este a sua consagração de nazireado. Geralmente o voto era por certo período de tempo, mas algumas vezes por toda a vida. Nazireus perpétuos, como Samuel, Sansão, e João Batista, foram consagrados a esta condição de vida pelos seus pais continuando assim a viver sob o seu voto, não bebendo vinho, e deixando crescer o cabelo. Aqueles que faziam voto de nazireu, fora da Palestina, e não podiam ir ao templo, quando expirava o tempo do voto, contentavam-se com observar, na terra onde viviam, a abstinência requerida pela Lei, cortando porém o seu cabelo. Quanto às ofertas e sacrifícios, que, prescritos por Moisés, deviam ser efetuados no templo, ou por eles, ou por outros em seu lugar, ficavam adiados, até que se oferecesse conveniente oportunidade. Essa a razão por que Paulo, estando em Corinto, e tendo feito, segundo parece, uma forma modificada de voto nazireu, mandou cortar o seu cabelo em Cencréia, um porto de Corinto, e adiou as restantes obrigações do seu voto para quando fosse a Jerusalém (Nm 6.1 a 21 - At 18.18 - 21.23,24). A consagração de um nazireu era uma disposição, que notavelmente se assemelhava à do sumo sacerdote (Lv 21.10 a 12). o voto do nazireu era feito com o fim de cultivar a soberania da vontade, e vencer as baixas inclinações da natureza humana, tendo isso a significação de um sacrifício a Deus.

Sansão, Uma segunda Chance

Tendo os filhos de Israel tornado a fazer o que era mau perante o Senhor, este os entregou nas mãos dos filisteus por quarenta anos.
Havia um homem de Zorá, da linhagem de Dã, chamado Manoá, cuja mulher era estéril e não tinha filhos.

Apareceu o anjo do Senhor a esta mulher e lhe disse:
Eis que é estéril e nunca tiveste filho, porém, conceberás e darás à luz um filho. Agora, pois, guarda-te, não bebas vinho ou bebida forte, nem comas coisa imunda, porque eis que tu conceberás e darás à luz um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe, e ele começará a livrar Israel do poder dos filisteus? (Jz 13.1-5).

Deus não é um Deus rígido e inflexível. Ele está sempre disposto a nos dar uma segunda chance. Na verdade, Ele nunca desiste de nós. Entre os seus contemporâneos, Sansão foi um dos homens que mais provou a longanimidade divina. Da parte de Deus, ele teve muito mais do que uma segunda chance. Por isso, caso você também tenha caído ou tropeçado, não desanime. Se o seu estilo de vida tem sido marcado por erros, quedas e fracassos, não desista, pois o nosso Deus é um Deus que sempre está disposto a nos dar uma nova chance.

Sansão foi escolhido por Deus desde o ventre materno. Um dia, um anjo apareceu aos pais dele e lhes disse que teriam um filho, o qual seria consagrado ao Senhor desde o ventre. O mesmo deu-se conosco: o Senhor também nos escolheu quando ainda estávamos no ventre materno. Talvez você não creia nesse chamado. Eu sei que, para muitos, é difícil crer nisso. Todavia, o Salmo 139 diz que Deus nos viu quando éramos uma substância ainda informe, e naquele momento foram escritos no livro de Deus todos os nossos dias. Cada um dos nossos dias foi escrito e determinado quando nenhum deles havia ainda.

1.Consagrado ao Senhor
Sansão era nazireu. A palavra nazireu significa consagrado. De acordo com o livro de Números (6.1-7), três coisas eram proibidas ao nazireu: comer e/ou beber qualquer produto procedente da uva, cortar os cabelos e tocar em cadáveres. Cada uma dessas proibições aponta para realidades espirituais em nossas vidas.

a)Um nazireu não podia tomar vinho
Na Palavra de Deus, o vinho simboliza a alegria e o prazer. Jesus realizou o primeiro milagre transformando água em vinho para mostrar que o propósito principal de sua obra seria o de transformar a vida natural do homem ? tal como a água: inodora e insípida ? numa vida plena e abundante.
O apóstolo Paulo compara o enchimento do Espírito Santo com a embriaguez com vinho (Ef 5.18). Esta é a razão por que um nazireu não bebia vinho: para mostrar que o seu maior prazer e deleite eram a Pessoa do Senhor. Um nazireu renunciava todo o prazer e deleite carnais, a fim de consagrar-se inteiramente ao Senhor. Do mesmo modo, a nossa consagração perde o sentido se não estiver baseada no amor ao Senhor e no prazer de andar em sua presença. Sem essa motivação torna-se simplesmente um ato religioso ou legalista.

b)Um nazireu não podia cortar o cabelo
O cabelo do nazireu era um sinal notório de sua chamada. O apóstolo Paulo discorrendo sobre o uso do cabelo comprido, esclareceu: para o homem é vergonhoso ter o cabelo comprido, mas, para a mulher é um sinal de submissão (I Co 11.10,14).
Creio que esses dois aspectos também são aplicados a nós, como nazireus. De um lado, a consagração ao Senhor, para muitos, é motivo de vergonha e zombaria; de outro lado, a consagração expressa a nossa submissão e o reconhecimento do senhorio de Jesus Cristo sobre nós.
O cabelo comprido do nazireu era o sinal mais evidente de sua consagração, porque expressava sua submissão e obediência. A nossa consagração ao Senhor sempre envolverá a disposição para sofrermos afrontas e zombarias e nos submetermos completamente a Deus.

c)Um nazireu não podia tocar em cadáver algum
Ser consagrado ao Senhor é mais que rejeitar o pecado ou a carne. Ser consagrado ao Senhor é rejeitar tudo o que estiver impregnado pela morte.
No mundo espiritual, temos três inimigos e cada um deles opõe-se a uma Pessoa da Divindade. O diabo se opõe a Cristo (Mt 4.1-10), a carne faz guerra contra o Espírito (Gl 5.17) e o mundo se opõe ao Pai (I Jo 2.15-17). O mundo e tudo o que nele há é morte diante de Deus.
O pior inimigo de Deus é a morte. Se você não consegue discernir o que é a morte, basta olhar para dentro de si mesmo, após ter ficado horas diante da televisão assistindo programas que não te edificam.

Para vencer o diabo, basta repreendê-lo e resistir-lhe pela fé; para vencer o pecado basta confessá-lo e crer no poder do sangue do Cordeiro. A morte, no entanto, só pode ser vencida através da comunhão e do amor do Pai.
Do mesmo modo, tal qual Sansão, nós também somos nazireus consagrados ao Senhor. E por causa dessa consagração, precisamos rejeitar o vinho da alegria e do prazer carnais e exibir o selo da submissão ao Senhor. O autor de Juízes diz que o Espírito de Deus se apossou de Sansão e passou a incitá-lo (Jz 13.25; 14.6).

Há muitos irmãos que não são cheios do Espírito simplesmente porque não têm um coração consagrado a Deus. Logo, a consagração é uma das condições para sermos usados por Deus. Não me refiro àquela consagração religiosa ou legalista, mas àquela que vem de um coração que deseja a presença de Deus. A verdadeira consagração traz a unção; e a unção, por sua vez, manifesta o poder. Essas três coisas são visíveis na vida de Sansão.

2.O inimigo quer quebrar nossa consagração
A fonte da nossa força espiritual é a unção do Espírito. E o inimigo sabe que sem a unção não temos poder; por isso, ele procura seduzir-nos com o intuito de quebrar a nossa consagração espiritual. Foi o que aconteceu com Sansão.
De acordo com Juízes 14.5, Sansão gostava de passear entre as vinhas. Embora soubesse que, como nazireu, não lhe era permitido comer uvas, ele sempre dava um jeito de passar perto dos parreirais. Esta atitude é tão parecida com a nossa maneira de agir que, por um instante, julgamos que somos nós ? e não ele ? que estamos vivendo esses fatos. Na verdade, nós também, apesar de não podermos comer as uvas do parreiral do mundo, apreciamos bastante o cheiro delas. É como se Deus nos tivesse proibido de comer pizzas. Em obediência ao Senhor deixamos de comê-las. No entanto, encontramos um jeito de passar perto de uma pizzaria só para sentirmos o cheiro de pizza e observar as pessoas comendo. ?Quem brinca com fogo uma hora se queima?, diz o provérbio popular.

O diabo é tão astuto que não nos conduz diretamente ao pecado. Primeiro, ele nos convence de que não há nada de errado em passear entre os parreirais e sentir o cheiro das uvas. ?Não precisa comer, apenas faça dali seu local de caminhada? ? diz ele, com ar inocente. Muitos irmãos não vivem no pecado ou no mundo, mas na fronteira entre ambos.

Certo dia, depois de fazer a caminhada habitual entre as vinhas, Sansão matou um leão (Jz 14.8-9). Dias depois, ao passar pelo local, percebeu que dentro do cadáver do leão havia uma colméia com bastante mel. Veja aqui como o diabo é astuto e sutil. A um nazireu era proibido tocar em cadáveres. E o que ele fez? Colocou mel no cadáver. Sansão não tocou no cadáver do leão, mas chegou muito perto. Atenção: o inimigo pode estar colocando mel nas coisas do mundo para tentar-lhe, atrair-lhe e roubar-lhe a consagração. Cuidado com o mel no interior de ?cadáveres?!

3.A consagração quebrada
A tática do diabo para seduzir Sansão entre as vinhas não obteve êxito. Da mesma forma, a artimanha para fazê-lo tocar no cadáver do leão também não surtiu o efeito desejado. Por último, o inimigo usou uma mulher para induzi-lo a cortar os cabelos. E quando, enfim, os cabelos de Sansão foram cortados ele perdeu todas as forças e foi entregue por Dalila aos filisteus. Levado para o cárcere, furaram-lhe os olhos e obrigaram-no a rodar um moinho (Jz 16.19-21).
As conseqüências imediatas da consagração quebrada são estas:
Perdemos o poder para vencer o pecado e subjugar o inimigo
Perdemos a liberdade conquistada em Cristo. Por causa do pecado muitos que outrora foram libertos vivem agora debaixo das cadeias do diabo
Perdemos a visão, o discernimento e a sensibilidade espiritual
Perdemos a direção espiritual. Por causa das cadeias espirituais que nos prendem passamos a andar em círculos

A consagração é sempre seguida pela unção. E todas as vezes que o óleo desce sobre nós, a luz de Deus ilumina o nosso interior; e, dessa forma, sabemos para onde ir e como chegar lá. Quando não há consagração gastamos muita energia e produzimos quase nada em virtude das cadeias espirituais que nos subjugam. Mas, se a unção estiver sobre nós vemos o que os outros não vêem, fazemos o que outros não fazem, avançamos enquanto outros desistem.
Infelizmente, entre os filhos de Deus, existem muitos, cujos corações não são consagrados a Deus e, conseqüentemente, vivem uma vida de fracassos e derrotas. Este, porém, não é o final da história de Sansão, nem precisa ser o final de nossa própria história. Em Juízes 16.22, somos informados de que o cabelo de Sansão começou a crescer de novo. É interessante como o cabelo não cresce instantaneamente. Assim, também, a restauração da consagração quebrada não ocorre instantaneamente, e sim, de forma paulatina e crescente. Deus não desistiu de Sansão; antes, deu-lhe uma segunda chance. Isto significa que a posição anterior pode ser restituída.

4.A segunda chance
Antes de obtermos uma segunda chance, precisamos dar os seguintes passos:
Deixar o cabelo crescer de novo (o cabelo significa submissão ao Senhor). Isso implica abandonar o pecado e restaurar a nossa consagração a Deus.
Clamar ao Senhor. No cárcere, Sansão clamou ao Senhor. E quando o fez, reconheceu que Deus era Senhor e que a força de que precisava só poderia vir dele (Jz 16.28).
Exterminar os inimigos que nos aprisionavam. Após ter clamado ao Senhor, Sansão abraçou-se com as duas colunas que sustentavam a casa e fez força sobre elas. E a casa caiu sobre ele e sobre os filisteus, matando-os. E foram mais que Sansão matou, ao morrer, do que os que matara em vida (Jz 16.29-30).
Jamais poderíamos nos esquecer de que o poder de Deus se manifesta através da nossa fraqueza. A vitória de Sansão manifestou-se na morte. Do mesmo modo, as obras do diabo somente serão destruídas em nossas vidas quando nos dispusermos a negar o próprio ?eu?. Para declararmos a morte do ?ego? precisamos negar nossos direitos e reivindicações, nosso orgulho e arrogância, nosso desejo de justiça e de vingança.
A nossa jornada, obrigatoriamente, deve levar-nos à cruz, pois é somente ali que vencemos o diabo. Antes da glória vem a humilhação; antes de nos sentarmos no trono, temos que ser pregados na cruz; antes de receber a coroa de glória, temos que receber a coroa de espinhos. Quando nos dispomos a morrer para o nosso ?eu?, os nossos inimigos são destruídos. A maior vitória de Sansão foi realizada na morte. O mesmo acontecerá também conosco. Todas as vezes que tomarmos a cruz, o inimigo será subjugado.
Durante seu ministério terreno, Jesus exerceu autoridade sobre os demônios expulsando-os das pessoas. Mas, de acordo com a Palavra de Deus, Jesus somente triunfou definitivamente sobre os demônios (principados e potestades) quando morreu na cruz (Cl 2.15). Observe o que acontece com muitos irmãos: vivem expulsando demônios, mas nunca alcançam a vitória. Não digo que não devemos expulsar demônios; é claro que devemos. Mas se quisermos uma vitória completa, temos de tomar a cruz.
A vitória no casamento está na cruz. A vitória na vida financeira também está na cruz. Por que precisamos trazer nossos dízimos e ofertas à Casa de Deus? Porque, quando os entregamos, estamos nos negando a nós mesmos e fazendo a vontade de Deus. Dessa forma, o espírito de pobreza é derrotado e as bênçãos podem ser liberadas sobre nós. A vitória, em todas as áreas de nossas vidas, está na cruz. A verdadeira vitória eu não a conquisto através da força, mas, pela fé, eu a recebo das mãos de Deus.
Finalmente, a Palavra de Deus diz que Sansão foi enterrado entre Zorá e Estaol (v.31). Você sabe o lugar onde Deus começou a operar na vida de Sansão? Justamente entre Zorá e Estaol (Jz 13.25). O lugar onde a vida de Sansão chegou ao fim foi justamente o mesmo do início. Isto quer dizer que, simbolicamente, ele foi restituído à sua posição original.
Deus concedeu a Sansão uma segunda chance e o restaurou. Nós também podemos receber essa segunda chance e sermos restaurados. Aquilo que éramos e fazíamos no princípio, pode ser novamente restituído a nós. Podemos começar no Espírito e terminar no Espírito. Ainda que no meio do processo tenham ocorrido tropeços, isso não significa o fim de tudo. Deus está com as suas mãos estendidas, oferecendo-nos uma segunda chance. Ele é o Alfa e o Omega, o começo e o fim. Ele está no começo e também estará no fim para nos dar o final que desejamos (Jr 29.11).

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